16/04/2025

PolĂ­cia

Coronel comandante da Polícia Militar fala das irmãs Porto, a impunidade e o combate às facções em MT

"Passei os Ășltimos oito dias na estrada encorajando a tropa em cada vila, distrito ou cidade que passava. De Araguainha a Confresa, de General Carneiro a Vila Rica. Diz o militar em texto publicado.

Por Alexandre Mendes - Cel PM Comandante-Geral da PMMT 19/09/2024 às 13:51:13

Reprodução PMMT

A criminalidade é diretamente proporcional à impunidade. A decisão de amputar dedos, lacerar membros e transmitir em live a executação de mulheres indefesas, como vimos em Porto Espiridião, só acontece num paĂ­s cujas leis e seu cumprimento são tão raquĂ­ticas que servem de carta branca ao crime organizado. Disso podemos concluir que se quisermos acabar com essas atrocidades devemos acabar com a impunidade. Abro este texto dizendo pela enésima vez que a impunidade tortura e mata. Ademais, sem penas certas de serem cumpridas, e cumpridas rigidamente!, caberĂĄ somente às polĂ­cias o combate às faccões. E esse combate, essa verdadeira guerra, tem sido travada com toda energia e profundidade pela PolĂ­cia Militar de Mato Grosso.


Enquato digito estas linhas sou reportado em detalhes de um confronto ontem (18, quarta) onde trĂȘs faccionados foram neutralizados pela Gloriosa em Sinop. Hoje pela manhã, quinta, acompanho uma ocorrĂȘncia em Vila Bela onde as primeiras notĂ­cias dão o nĂșmero de seis faccionados a menos. Assim, posso dizer que se recebĂȘssemos uma informação, minimamente precisa quanto ao local ou pessoas no andamento dos fatos, certamente os mortos noticiados hoje não seriam as irmãs Porto. Nossa batalha diĂĄria se ausente do suporte da lei contra o criminoso depende em contrapartida enormemente do cidadão de bem. Embora dever do Estado a segurança pĂșblica é responsabilidade comum a todos. Se fracassa a lei em coibir, fracassam também pais e toda uma malha de proteção social que previne o crime e protege nossas crianças. Da mãe que embala o recém-nascido ao legislador, passando pelo policial ou professor, essa é uma guerra a ser combatida cada qual em seu front.


Passei os Ășltimos oito dias na estrada encorajando a tropa em cada vila, distrito ou cidade que passava. De Araguainha a Confresa, de General Carneiro a Vila Rica. É meu dever olhar no olho do policial que vive essa luta, com todos os seus riscos legais e perigos de vida. É meu dever ouvi-lo e orientĂĄ-lo ali no seu dia a dia. É meu dever ser acima de tudo um soldado da sociedade que não se omite, dando testa no fragor dessa batalha que serĂĄ, creio, vencida. E por que digo isso?


Em primeiro lugar, porque o aumento da quantidade de confrontos reflete a precisão do serviço de inteligĂȘncia que coloca a polĂ­cia frente a frente com o criminoso no flagrante, possibilitando a prisão ou a neutralização, sempre no revide da injusta agressão; os dados apontam isso. Dois, porque as apreensões recordes de drogas realizadas nesse semestre tĂȘm elevado o acirramento das faccões entre si por causa do vultoso prejuĂ­zo sofrido, gerando por um lado mais letalidade entre as próprias faccões e, por outro, legando mais tempo para agirmos em todas as frentes, da investigação e consequentes operações ao patrulhamento orientado e tĂĄtico. TrĂȘs, porque temos um Governo atento a evolução desse cenĂĄrio e é radicalmente intransigente com o crime organizado e, por isso, investe fortemente em segurança pĂșblica. Não se trata de uma luta fĂĄcil, mas em concerto de esforços, como temos feito pela destra do nosso Governador Mauro Mendes e nosso SecretĂĄrio Roveri, Mato Grosso sairĂĄ vitorioso dessa guerra contra às facções que se dĂĄ em todo paĂ­s e não se instalarĂĄ com derrota em nosso Eldorado; jamais!



Fonte: PMMT

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