Uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) desativou minas subterrâneas de garimpo ilegal de ouro em Maués, Amazonas. A operação, denominada "Mineração Obscura 2", resultou no resgate de trabalhadores encontrados em situação análoga à escravidão.
O método de extração, considerado incomum e de alto risco pela PF, causou danos ambientais superiores a R$ 1 bilhão, devido ao desmatamento, contaminação de lençóis freáticos e degradação de áreas de preservação. Além da PF, participaram da operação a Polícia Rodoviária Federal, ICMBio, Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho e Funai.
A operação foi um desdobramento da Operação Déjà Vu, iniciada após denúncias de exploração de mão de obra degradante e uso de cianeto na extração ilegal de ouro. Os trabalhadores submetidos a jornadas exaustivas, sem direitos básicos, e expostos a substâncias tóxicas.
"A região já foi alvo de diversas operações, porém a exploração ilegal retorna ao local, muitas vezes com estrutura ainda maior." afirma a PF, em nota.
Em outra operação, um garimpo ilegal de cobre em Canaã dos Carajás, Pará, também foi desativado. A PF, ICMBio, Ibama e Força Nacional participaram dessa ação, que teve como alvo poços de extração de cobre com até 50 metros de profundidade e 100 metros de comprimento.
Segundo o ICMBio, o garimpo causou um prejuízo superior a R$ 362 milhões pela usurpação de bem mineral da União, além de R$ 6,2 milhões por danos ambientais nos últimos cinco anos. A operação resultou na inutilização ou apreensão de equipamentos, incluindo máquinas e alojamentos, além de dois mandados de prisão contra suspeitos de financiar a extração ilegal.
"A manutenção dessa atividade costuma ocorrer com apoio de financiadores de fora do Estado, com investimento em construção de aporte de energia elétrica e transformadores de grande capacidade, casas de apoio com estrutura para alimentação e sono afetando a biodiversidade local."
A PF informou que as perfurações têm diferentes donos e está trabalhando na identificação de cada um deles. Até o momento, foram penhorados R$ 6 milhões de três investigados para reparação de danos ambientais e econômicos. A Polícia Federal continua as investigações sobre garimpos ilegais na Amazônia e no Pará, combatendo a exploração ilegal de recursos naturais e a escravidão.
*Reportagem produzida com auxílio de IA