O jornal Estadão publicou uma análise contundente questionando a narrativa de "encarceramento em massa" no Brasil, frequentemente utilizada para justificar políticas de desencarceramento.
O editorial critica o uso de estatísticas, como a alegação de que o Brasil possui a terceira maior população carcerária do mundo, como forma de legitimar o que considera ser um mito.
O jornal argumenta que a análise de números absolutos é falha, especialmente quando se considera a alta taxa de homicídios no país e a baixa taxa de elucidação desses crimes.
O Estadão questiona se o país realmente prende "demais" quando apenas uma pequena fração dos homicídios é resolvida, apontando para a ineficiência do sistema de investigação criminal.
Dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) revelam que, dos 849 mil apenados, 201 mil estão em liberdade, e metade deles não utiliza tornozeleira eletrônica. O número de presos efetivos coloca o Brasil na 31ª posição global em encarceramento per capita, o que, segundo o jornal, não parece excessivo para um país com altos índices de homicídio.
"Dados são torturados para legitimar mitos como o 'encarceramento em massa' e seu consequente remédio: o desencarceramento em massa." avalia o Estadão.
"Ao mantra do 'Brasil prende demais' aplica-se um verniz científico com estatísticas como 'a terceira maior população carcerária do mundo'." completa o jornal.
O editorial sugere que a narrativa de encarceramento em massa ignora a realidade da violência e da impunidade no Brasil, distorcendo a percepção sobre a necessidade de medidas mais rigorosas no combate ao crime.
"A falácia dos números absolutos é facilmente refutável: qual é o grande escândalo, se o Brasil tem a sétima maior população do mundo e o maior número de homicídios do mundo?" questiona o Estadão.
A análise do Estadão expõe a fragilidade dos argumentos utilizados para promover o desencarceramento em massa, contrastando com a realidade de um país com altos índices de homicídios e baixa elucidação de crimes.
"Como dizer que o país prende 'demais' quando, na melhor das hipóteses, apenas pouco mais de um terço desses homicídios é esclarecido, e, na pior, menos de um décimo?" conclui o Estadão.
*Reportagem produzida com auxílio de IA