O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) intensificou suas invasões de terras em diversos estados, gerando tensões e debates acalorados sobre a questão agrária no Brasil. Paralelamente, o governo Lula tem demonstrado interesse em se reaproximar do movimento, levantando questionamentos sobre o futuro da política agrária no país.

Na Bahia, cerca de 300 famílias ligadas ao MST invadiram duas propriedades rurais nos municípios de Nova Redenção e Boa Vista do Tupim, na região da Chapada Diamantina. Além disso, um dia antes, aproximadamente 600 mulheres bloquearam a BR-101 em Teixeira de Freitas, no sul do estado, em protesto.

No Ceará, aproximadamente 200 famílias invadiram uma área no Perímetro de Irrigação Tabuleiro de Russas, em Limoeiro do Norte, um importante polo do agronegócio. A área invadida pertence à União, sob responsabilidade do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).

No Rio Grande do Sul, o MST invadiu a Prefeitura de Santana do Livramento, demonstrando a abrangência das ações do movimento em diferentes regiões do país.

Essas ações do MST ocorrem em meio a um cenário de crescente aproximação entre o movimento e o governo Lula. O presidente visitou um assentamento em Campo do Meio, a primeira visita a um local do grupo invasor em seu terceiro mandato. Durante a visita, Lula anunciou a entrega de 12,2 mil lotes de terras em 138 assentamentos distribuídos por 24 Estados.

Ademais, o governo Lula enviou ao Congresso Nacional um pedido de alteração do projeto do Orçamento de 2025 para incluir gastos com o MST. A proposta é destinar R$ 750 milhões ao movimento, divididos entre a aquisição de alimentos da agricultura familiar e o Fundo de Terras e da Reforma Agrária.

"Lula quer voltar a estreitar laços com o MST." - Divulgação/MST.

A aproximação de Lula com o MST levanta questionamentos sobre a postura do governo em relação à propriedade privada e ao agronegócio, setores importantes para a economia brasileira. A destinação de recursos públicos ao movimento também gera debates sobre a priorização de políticas agrárias e o impacto nas contas públicas.

É importante ressaltar que não é a primeira vez que o MST invade áreas da Suzano. O movimento tem um histórico de disputas com a gigante do setor de celulose. Até o momento, cerca de 22 áreas em conflito foram registradas.

*Reportagem produzida com auxílio de IA