Após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o mercado financeiro reagiu com cautela, impactando diretamente as ações da Natura&Co (NTCO3). A empresa, que já vinha de um desempenho considerado abaixo do esperado no quarto trimestre de 2024, viu suas ações oscilarem em meio a revisões e reavaliações por parte de grandes instituições financeiras.
O Banco Bradesco Investimentos (BBI) expressou preocupação com o desempenho recente da Natura&Co, mencionando a possível desancoragem das expectativas dos investidores. A instituição financeira ressaltou que a confiança no mercado foi abalada pela falta de clareza sobre os próximos passos da empresa.
"É verdade que as métricas podem já ter sido frágeis antes dos resultados do 4T24, mas percebê-los em risco [...] diminui a confiança e, em última análise, se traduz em um múltiplo menor." comenta o BBI.
Apesar das incertezas, o BBI optou por manter a recomendação de compra para as ações da Natura&Co, aguardando novas informações para uma avaliação mais precisa. Similarmente, a XP Investimentos também manteve sua recomendação de compra, com um preço-alvo de R$ 15 por ação, enfatizando o potencial de expansão das margens por meio de ajustes comerciais e logísticos.
Em contrapartida, o JPMorgan rebaixou a recomendação para as ações da Natura&Co de "overweight" para "neutro", reduzindo o preço-alvo de R$ 21 para R$ 11. Os analistas do banco justificaram a decisão com base nas surpresas negativas dos resultados do 4T24, que ficaram aquém das expectativas. O banco expressou frustração com a recorrência de eventos pontuais que impactam negativamente o Ebitda da empresa.
"Reconhecemos que as reviravoltas e integrações são inerentemente não lineares e muitas vezes confusas, levando à volatilidade dos lucros. No entanto, as tendências foram positivas nas principais operações da América Latina, com indicações sugerindo melhorias contínuas" apontaram os analistas do JPMorgan.
O Goldman Sachs seguiu a mesma linha, rebaixando a recomendação para as ações da Natura de "compra" para "neutra". O banco expressou frustração com a queda de margem maior que o esperado no 4T24, o que diminuiu a visibilidade dos lucros e da geração de caixa, adiando a possibilidade de alocação de capital.
As revisões refletem preocupações com as margens da empresa, impactadas por atividades promocionais na América Latina, reversão de ventos favoráveis na Argentina e maiores gastos com marketing, tecnologia e P&D (pesquisa e desenvolvimento).
Diante desse cenário, investidores e analistas mantêm-se atentos aos próximos movimentos da Natura&Co, buscando sinais de recuperação e de um retorno à trajetória de crescimento. A volatilidade das ações reflete a incerteza em relação ao futuro da empresa, especialmente no que tange à sua capacidade de entregar resultados consistentes e lucrativos.
*Reportagem produzida com auxílio de IA