A deputada norte-americana MarĂa Elvira Salazar, conhecida por sua firme oposição à censura, declarou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pode vir a ser alvo de sanções. A declaração surge em meio ao debate sobre o projeto No Censorship on Our Shores Act, que visa punir autoridades estrangeiras envolvidas em prĂĄticas de censura.
Em entrevista à Gazeta do Povo nesta sexta-feira, 21 de março de 2025, a congressista sugeriu que, se aprovada, a legislação poderia resultar na revogação do visto de Moraes.
"Perfeitamente, essa lei poderia ser aplicada contra Moraes. O caso de censura promovido por Moraes Ă© contundente. Seu visto seria revogado e, atĂ© que pare de censurar, não poderĂĄ recuperĂĄ-lo." considera a deputada.
Salazar tambĂ©m mencionou a possibilidade de aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro, uma legislação utilizada para punir lĂderes autoritĂĄrios em paĂses como RĂșssia, China e Venezuela.
"O governo dos EUA precisarĂĄ estudar o caso para decidir se as ações de Moraes atingem o nĂvel exigido pela Lei Magnitsky. Para mim, Ă© muito claro seu abuso ao direito de livre expressão." declara a deputada.
A deputada argumenta que uma eventual sanção a Moraes poderia gerar um efeito cascata no STF, incentivando outros ministros a se distanciarem das ações do ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"Se Moraes for sancionado por seu abuso à liberdade de expressão, sem dĂșvida, outros juĂzes irão recuar e abandonar a censura. As sanções sempre servem como advertĂȘncia para aqueles que cometem os mesmos abusos do que o sancionado." avalia Salazar.
Salazar criticou ainda tentativas da esquerda global de promover Moraes como um defensor da democracia, argumentando que ele não possui popularidade internacional suficiente para tal.
"Acho muito difĂcil que Moraes se torne um mĂĄrtir. Ele não tem popularidade internacional suficiente para gerar simpatia. Pelo contrĂĄrio, servirĂĄ de exemplo para o mundo de que a censura não compensa." analisa a congressista.
A congressista tambĂ©m descreveu o Brasil como um "laboratório de censura" para o mundo, alertando para o risco de que esse modelo seja exportado para outros paĂses da AmĂ©rica Latina e atĂ© mesmo para os Estados Unidos.
"O regime de censura existente hoje no Brasil Ă© o mais avançado do mundo democrĂĄtico. Para ver algo parecido, terĂamos que olhar para Cuba ou Coreia do Norte. Esta Ă© uma oportunidade para o mundo dizer "basta, chega de censura!"" classificou.
As declarações de Salazar refletem a crescente preocupação em certos setores dos Estados Unidos com o que consideram ser uma ameaça à liberdade de expressão no Brasil.
*Reportagem produzida com auxĂlio de IA