Entre os alvos da operação está o pastor U.B.S., apontado como mentor do esquema e líder de uma igreja no bairro Pedra 90, em Cuiabá. Ele recebia quantias vultuosas provenientes de empresas fraudulentas e repassava os valores para integrantes da facção criminosa, incluindo um morador de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. O investigado está foragido.
"Laranjas" e empresas de fachada
As investigações apontaram que duas empresas, uma distribuidora de bebidas e uma drogaria, registradas em nome de pessoas de perfil humilde, eram utilizadas para movimentar dinheiro da facção. A distribuidora está registrada no nome de um funcionário de supermercado, enquanto a drogaria está em nome de uma mulher que vive em situação de vulnerabilidade e recebe auxílio do Governo Federal.
Uma das transações suspeitas da drogaria transferiu R$ 234 mil para a conta do pastor, enquanto a distribuidora de bebidas realizou um repasse de R$ 102.128,00. As empresas possuem capital social declarado de até R$ 800 mil, valor incompatível com a realidade financeira dos supostos proprietários.
Durante diligência, foi constatado que no endereço da drogaria não havia qualquer estabelecimento comercial, reforçando a suspeita de empresa fantasma usada para atividades ilícitas.
Operação Falso Profeta
Deflagrada com base em investigações iniciadas em novembro de 2024, a operação visa desarticular o esquema de extorsão e lavagem de dinheiro praticado pela facção. A ação faz parte da Operação Inter Partes, que integra o programa Tolerância Zero do Governo do Estado, no combate ao crime organizado.
Disque Extorsão
O Governo de Mato Grosso lançou o serviço Disque Extorsão contra Facções Criminosas pelo telefone 181, permitindo denúncias anônimas com sigilo garantido.
Camila Molina | Polícia Civil-MT