06/04/2025

SaĂșde

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IA criada por brasileiros avalia risco de agravamento da hanseníase

Pesquisadores brasileiros da Escola de Medicina e Ciências da Vida da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) desenvolveram um sistema de inteligência artificial (IA) que calcula os riscos da hanseníase evoluir para quadros com complicações graves, que podem deixar sequelas permanentes.

Por Vídeo do Dia MT 06/04/2025 às 17:55:18

Pesquisadores brasileiros da Escola de Medicina e CiĂȘncias da Vida da PontifĂ­cia Universidade Católica do ParanĂĄ (PUC-PR) desenvolveram um sistema de inteligĂȘncia artificial (IA) que calcula os riscos da hansenĂ­ase evoluir para quadros com complicações graves, que podem deixar sequelas permanentes. Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a doença afeta o sistema nervoso e a pele e tem cura, mas é crônica, infecciosa e contagiosa.

Para elaborar o Sistema Especialista para Previsão de Risco de OcorrĂȘncia de Estados Reacionais em HansenĂ­ase (Separeh), foram utilizadas técnicas de mineração de dados e inteligĂȘncia artificial, em que algoritmos avaliam um grande conjunto de informações disponĂ­veis em um banco de dados.

Foi mobilizado para o projeto um conjunto de informações clĂ­nicas, sociodemogrĂĄficas, genéticas, laboratoriais e de histórico familiar de quatro amostras populacionais brasileiras, de todas as regiões do paĂ­s, totalizando 1,4 mil pacientes.

Segundo o professor da Escola de Medicina e CiĂȘncias da Vida da PontifĂ­cia Universidade Católica do ParanĂĄ (PUC-PR), Marcelo TĂĄvora Mira, o usuĂĄrio não precisa inserir todas as informações listadas no Separeh, jĂĄ que hĂĄ dados que não existem nos centros de atendimento primĂĄrio à saĂșde, como os dados genético-moleculares.

"O cĂĄlculo de risco serĂĄ realizado de qualquer forma; a diferença é que, quanto mais informações são fornecidas, maior é a sensibilidade e a especificidade do sistema, que podem atingir, respectivamente, 85,7% e 89,4%", disse Mira.

O Separeh é uma plataforma online que pode ser acessada gratuitamente por qualquer pessoa. Desde sua implantação, o site jĂĄ recebeu cerca de 6,5 mil acessos, de mais de 45 paĂ­ses.

Complicações da hansenĂ­ase

Existem dois tipos de quadros graves, chamados de estados reacionais. Um deles é a Reação Tipo 1 (RT1) ou Reação Reversa (RR), que tem como principal caracterĂ­stica o aparecimento sĂșbito de lesões cutâneas inflamatórias novas ou piora de lesões preexistentes.

O segundo tipo é a Reação Tipo 2 (RT2) ou Eritema Nodoso HansĂȘnico (ENH), que desencadeia uma reação imunológica após um grande nĂșmero de bacilos da hansenĂ­ase morrer e se decompor gradualmente.

"Os estados reacionais da hansenĂ­ase são graves e imprevisĂ­veis, podendo acontecer mesmo depois da conclusão do tratamento pelo paciente. Se essas complicações não forem diagnosticadas e tratadas imediatamente, podem levar a danos neurais permanentes", explicou o professor da PUC-PR

Dados da Organização Mundial da SaĂșde (OMS) indicam que, em 2022, foram registrados 174 mil casos de hansenĂ­ase no mundo. O Brasil estava em segundo lugar no ranking global em nĂșmero de novas ocorrĂȘncias, atrĂĄs apenas da Índia.

Participaram do projeto professores e estudantes do Programa de Pós-Graduação em CiĂȘncias da SaĂșde (PPGCS) da PUCPR, com colaboração interna do Programa de Pós-Graduação em InformĂĄtica (PPGIa) e do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia em SaĂșde (PPGTS) e externa de pesquisadores de instituições como Universidade de BrasĂ­lia (UnB), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Lauro de Souza Lima e Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham), entre outras.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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