O casal goiano, que está foragido por suspeita de lavar dinheiro tráfico de drogas, é procurado por duplo homicídio. Ao g1, o delegado Rhaniel Almeida explicou que foram assassinados um homem da mesma facção que o casal faz parte e a filha dele, de apenas 2 anos. Valter Esteves de Bessa Júnior e sua companheira, Paolla Bastos Neiva tiveram R$ 1,5 milhões em bens bloqueados por ordem judicial.
"O pai era da mesma facção criminosa dos dois. Tiveram um desentendimento e mandaram matar esse pai. No dia da execução a filha estava com ele na cama e foi morta também", explicou o delegado.
O crime aconteceu no estado do Mato Grosso e foi motivado por disputas de facções criminosas. Segundo a Polícia Civil, o casal também é suspeito de tentativa de homicídio contra a mãe da criança de 2 anos. Os crimes foram cometidos a tiros em fevereiro deste ano.
Conforme o advogado Welder Miranda, no caso de Valter Esteves, a defesa só vai se pronunciar depois da audiência de instrução e julgamento. Já quanto a Paolla, o advogado afirmou que ela não matou nenhuma das vítimas e nunca esteve em Barra do Garças, local onde os crimes ocorreram. Por e-mail, o g1 questionou a Polícia Civil do Mato Grosso sobre quais são os indícios identificados que ligam Paolla ao crime.
A defesa ainda afirmou que a mãe de Paolla se apresentou espontaneamente à Polícia Civil, mas que não foi ouvida. Além disso, alegou perseguição e que a polícia teria a forçado a desbloquear o celular. Em resposta, o delegado Rhaniel Almeida disse que a mulher "não compareceu na data em que foi intimada para prestar declarações" e que ela será intimada posteriormente na sequência das investigações.
Investigação
A investigação contra o casal em Goiás iniciou após uma ação policial feita no início do ano, que cumpria mandados de prisão, busca e apreensão contra suspeitos de matar traficantes no Mato Grosso. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Rhaniel Almeida, durante os cumprimentos dos mandados, foi encontrado uma identidade falsa de Valter, o que levou a polícia a incluir o casal na lista de investigados.
No dia 25 de junho, a polícia bloqueou o dinheiro do casal e apreendeu uma caminhonete de luxo avaliada em R$ 250 mil, que foi registrada no nome da mãe de Paolla. A investigação apontou que Valter, conhecido no mundo criminoso como Valter do Quebra Caixote, tem uma posição elevada dentro de uma facção criminosa do tráfico de drogas.
Ainda de acordo com o delegado, Valter usava a companheira e a sogra para lavar grandes quantias, fruto do tráfico. Em três meses, Paolla movimentou cerca de R$ 3 milhões em suas contas bancárias sem ter nenhum tipo de trabalho lícito, apontou a investigação. Segundo a PC, a sogra de Valter, que também colaborava com a lavagem de dinheiro, gerenciava o recebimento da droga e recebia os aluguéis de imóveis que pertenciam ao suspeito e eram frutos do tráfico feito na capital.
Ao ser questionado sobre o paradeiro de Valter, o delegado afirmou que o suspeito está no Rio de Janeiro: "Esse casal está foragido, há muito tempo deixaram o estado de Goiás. Ele está na cidade do Rio de Janeiro em uma comunidade dominada pelo tráfico de drogas", afirmou.
A divulgação da imagem do casal foi autorizada pela Polícia Civil, para auxiliar no reconhecimento e prisão dos suspeitos.
RDN