A Polícia Civil apreendeu, na manhã desta sexta-feira (11), um adolescente de 15 anos investigado por disseminar discurso de ódio e ameaças de violência armada contra mulheres nas redes sociais. A ação ocorreu no bairro Jardim Petrópolis, em Cuiabá, durante a deflagração da Operação Adolescência, coordenada pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), com apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core).
Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão domiciliar, foram localizados e apreendidos um celular, um computador, uma arma de pressão e uma airsoft — ambos de aparência realista. As armas de fogo legalmente registradas em nome do pai do menor também foram alvo de medida cautelar de suspensão junto à Polícia Federal.
O jovem publicava conteúdos misóginos e fazia apologia à violência contra mulheres. Em uma das postagens, chegou a ameaçar explicitamente uma menina de seu convívio, indicando que poderia usar as armas do pai para cometer o ataque. A gravidade das declarações levou à atuação imediata das forças de segurança.
A investigação teve início na quinta-feira (10), a partir de um alerta emitido pelo Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O núcleo detectou, por meio de monitoramento, as postagens do adolescente e acionou a Polícia Civil de Mato Grosso para investigação urgente.
Com base na análise técnica, o delegado adjunto da DRCI, Gustavo Godoy, representou à Justiça por medidas cautelares, que foram expedidas em poucas horas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) de Cuiabá.
Segundo o delegado titular da DRCI, Guilherme Fachinelli, a rapidez na atuação policial e judiciária foi crucial para evitar uma tragédia. "A Operação Adolescência busca não apenas reprimir condutas criminosas em ambiente digital, mas também atuar de maneira preventiva para evitar tragédias anunciadas, sobretudo aquelas motivadas por ódio de gênero", afirmou.
O adolescente responderá por atos infracionais análogos aos crimes de ameaça, incitação à violência, apologia ao crime e propagação de discurso de ódio. A Polícia Civil segue com as investigações para identificar se há outros envolvidos ou conexões com grupos extremistas virtuais.
Assessoria | Polícia Civil-MT