O cenĂĄrio polĂtico em BrasĂlia estĂĄ agitado com o debate sobre a anistia para os condenados pelos eventos de 8 de janeiro. Em meio a essas discussões, o vice-lĂder do PSD na Câmara dos Deputados, Reinhold Stephanes, manifestou apoio ao requerimento de urgĂȘncia para o projeto, visando acelerar sua tramitação.
Enquanto isso, o presidente do partido, Gilberto Kassab, tem evitado declarações pĂșblicas sobre o tema, mas nos bastidores defende que o PSD não feche questão, permitindo que os parlamentares votem de acordo com suas convicções. Essa postura ocorre em um momento de crescente pressão sobre o partido, inclusive por parte de Alexandre de Moraes.
O ex-presidente Bolsonaro tem se encontrado com Kassab em São Paulo, buscando o apoio do PSD ao projeto de anistia. As conversas entre os dois tĂȘm avançado, apesar de divergĂȘncias passadas.
Internamente, o PSD demonstra divisão em relação à anistia, com uma ala mais próxima da oposição, da qual Stephanes faz parte. Essa divisão interna reflete a complexidade das alianças polĂticas no cenĂĄrio atual.
A aprovação do requerimento de urgĂȘncia para o projeto de anistia eliminaria a necessidade de anĂĄlise por uma comissão especial, acelerando seu andamento na Câmara dos Deputados. A expectativa Ă© que a proposta seja votada em abril.
Em um movimento que adiciona mais tensão ao debate, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquĂ©rito do STF sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, busca pressionar Gilberto Kassab a não apoiar o projeto de anistia. A estratĂ©gia utilizada por Moraes Ă© a retomada de uma investigação da Lava Jato contra Kassab, que havia sido enviada para a Justiça Eleitoral de São Paulo em 2019.
"O próprio ministro havia enviado o inquĂ©rito para a Justiça Eleitoral de São Paulo, em 2019."
A decisão de Moraes de trazer a investigação de volta para suas mãos se apoia na mudança de entendimento do STF sobre o foro privilegiado, o que gerou crĂticas e questionamentos sobre a imparcialidade do processo.
A manobra de Moraes Ă© vista por muitos como uma tentativa de intimidação, reacendendo o debate sobre os limites da atuação do STF e sua influĂȘncia no cenĂĄrio polĂtico. Enquanto isso, o futuro da anistia e seus desdobramentos continuam a ser acompanhados de perto.
*Reportagem produzida com auxĂlio de IA